Mas hoje, voltei aqui para postar um texto super interessante, escrito pelo Dj Anderson Soares, que com certeza, leva o nome da verdadeira House Music, para fora do País.
Mas antes, muitos devem estar se perguntando: Quem seria o Dj Anderson Soares? Hoje, para nao mudar o sentido de nada, vou postar o release desse, que para mim, é um grande nome da cena nacional, e que sinto muito por ainda não ter divido a cabine com ele. É um dos meus desejos ainda em minha carreira.
RELEASE COMPLETO ANDERSON SOARES
Anderson Soares - Sua história se confunde com a história da House Music no Brasil!!!
Anderson Soares - Sua história se confunde com a história da House Music no Brasil!!!
Sendo consensualmente aclamado como um dos DJs mais respeitados de House na América Latina, a trajetória de Anderson Soares passa por todos os momentos mais importantes da história do estilo em terras brasileiras.
Anderson Soares iniciou sua paixão desde cedo, quando entrou em contato com a House no fim dos anos 80. Começou no âmbito de sua vizinhança, nos subúrbios paulistanos da Casa Verde, tocando em pequenas festas locais, aperfeiçoando seu estilo e técnica. Numa progressão natural na vida de um apaixonado por música, aprimorou seus conhecimentos ao trabalhar em uma loja de discos, onde poderia ter mais contato com seus objetos de desejo e, consequentemente, expandir sua rede de contatos entre aqueles que em breve se tornariam seus colegas de profissão. O que, alguns meses mais tarde, granjeou-lhe a experiência necessária para assumir um posto no setor internacional da East West Records.
Seu pioneirismo e devoção à House Music renderam-lhe muitas outras festas e, assim, muitas cabines de club, incluindo lugares célebres como Dolores, Florestta, Lov.e ou Colors, e algumas estações de radio depois, sua carreira e sua identidade artística se consolidaram, estabelecendo-o como um dos mais respeitados e originais expoentes do gênero. Algo que se reflete na sua longeva residência na principal radio dedicada à Dance Music em São Paulo, a Energia 97 FM, como o principal representante e propagador da Soulful House nas ondas de rádio paulistanas.
A próxima etapa em uma intensa paixão como essa naturalmente o levou para o estúdio.
Esta era a oportunidade que se abria para Anderson dar plena vazão à sua criatividade e talento ao tornar-se produtor. Mas ao fazer uso de uma rica herança musical, também pautada por diversas influências que marcaram sua carreira e que vão do Funk à música latina, passando pela Disco, pelo Soul e Afro, ele se tornou algo mais: um produtor Brasileiro de House Music. E este é um dos segredos de sua originalidade.
As conseqüências logo se fizeram presentes e Anderson estava oficialmente no mapa da House Music global. Convites para se apresentar em lugares como o Club Red em Washington e o Notting Hill Arts Club em Londres se seguiram e um novo capítulo em sua carreira se consolidava. A partir deste momento contando com a atenção e a preferência de uma cena mais ampla, não tardou para ser levado a diversos países, ávidos por conhecerem sua sonoridade única e especial.
Desse modo, seja como um DJ agora internacionalmente renomado ou como um produtor que começava a estabelecer-se no cenário da House Music global, Anderson começava a delinear sua proposta musical de forma mais definida, suprindo uma já crescente demanda por remixes para artistas brasileiros. Em trabalhos para nomes consagrados do cenário local como Ed Motta, Paula Lima, Patrícia Marx e Max de Castro vemos seu projeto musical amadurecer cada vez mais.
Seu debut no mercado fonográfico nacional deu-se através da compilação House Essentials, na qual ofereceu ao grande público brasileiro, até então não muito familiarizado com o estilo, uma bela aula a respeito tanto do básico quanto do mais sublime da House Music. Algo que, à primeira vista, não era nada mais que a proposta que se delineava no título, mas também era um tarefa que compreendia o domínio que somente um DJ experiente poderia possuir e exibir.
Porém, este processo não seria completo sem uma coroação, algo que se materializou com o já antecipado álbum “Muito Soul”, uma diversificada e eclética coleção de faixas em que Anderson procura expressar musicalmente todos os elementos que o fizeram o artista que é hoje. Resultado de uma experiência de estúdio mais sólida e de uma já firme parceria com a gravadora Trama, o maior selo independente do mercado musical latino-americano.
Após seu lançamento, seguiu-se uma calorosa recepção internacional, que culminou no lançamento de “Muito Soul EP” incluindo 3 faixas retiradas do álbum pelo lendário selo West End, um dos poucos selos da história da Disco e da House Music que logrou também se renovar como um dos líderes da renovação do gênero na atualidade. A isto também se seguiram apresentações em clubs como Cielo, por ocasião do lançamento do EP na festa Roots, e logo em seguida no Ministry Of Sound, como convidado da festa Soul Heaven, numa sequência de visitas a templos dedicados à House onde grandes nomes como Louie Vega (Masters at Work) e Kevin Hedge (Blaze) são residentes.
E assim chegamos à atualidade de sua carreira, como o melhor DJ de House de 2005, segundo prêmiação concedida pela revista DJ Sound e em 2o. lugar na lista Top 100 Djs Brazil, comprovação cabal do reconhecimento público de tudo que acabamos de ver. Percorrendo, assim, um trajeto singular que engloba quinze anos de dedicação à sua arte em apenas trinta e um de vida, deixando mais que claras duas coisas essenciais: tudo que vimos (e principalmente, ouvimos) até aqui nada mais são que os frutos de uma total devoção à música e que o melhor ainda está por vir.
Vamos agora ao texto!!!
O texto fala sobre a História da House Music, escrito pelo Anderson Soaares em 1999, onde ele postou novamente no fórum do conhecido site nacional sobre musica eletrônica, o Rraurl em 2004. O texto é longo, e percebo que dinamismo, é a parada no mundo dos blogs. Mas esse que vou postar, é uma verdadeira aula sobre o que seria a Verdadeira House Music. Não deixem de ler, pois é uma leitura importante para que as pessoas entendam o que seria verdadeiramente House Music. Mais uma vez, vou repetir na íntegra o texto do Dj, que é sensacional.
Muita gente vem pedindo pra que eu disponibilizasse esse texto na net.
Muita gente ja leu e queria ler de novo, outros nao leram ele na integra... Como o Madorl pediu algo parecido ao texto do Phil Cheeseman, no topico The House Music History, resolvi postar ele aqui.
Antes que vcs. comecem a ler, quero dizer que, escrevi essa parada sem nenhuma pretencao dela virar a biblia da historia da house. Portanto, alguma coisa pode estar faltando ou vc. descordar de algo. Afinal, essa e somente a minha interpretacao...
Ah, ele foi escrito em 1999.
(Imaginem esse texto de introducao aparecendo na tela como se fosse a introducao do Star Wars!! )
Boa leitura! Soares
A House propriamente dita surgiu no meio da década de 80, nos Estados Unidos, mas para falar do início da House Music temos que voltar até a década de 70 quando a Disco Music imperava nos clubs e os DJ's começavam a aparecer não só como estrelas em seus clubs mas também como produtores.
A Disco foi criada no início dos anos 70 por gravadoras independentes numa fusão entre a música negra (o R'n'B, o Soul e o Funk), a latina (Salsa), o Hustle, o Boogie, mais a harmonia das grandes orquestras. Devido ao seu groove irresistível, logo este estilo invadiu os clubs nos USA. À partir daí, a Disco se torna um fenômeno mundial tendo como principais focos a França, a Alemanha, e o Canadá (com uma tendência mais eletrônica com uso de sintetizadores).
É aí que o DJ começa a ser peça importante no desenvolvimento da própria Disco e do que depois viria a ser a House Music.
Em 1975, a recém criada Salsoul Records lança a música Ten Percent do grupo Double Exposure que viria a ter a 1ª versão extended lançada comercialmente e que foi produzida pelo DJ Walter Gibbons. Com a criação desta extended version foi criada uma nova mídia, o single 12" polegadas, pois até então as músicas tinham de 3 à 4 minutos de duração e ainda eram lançadas em discos compacto apesar de já existirem alguns poucos 12" polegadas lançados promocionalmente.
Os principais clubs deste momento da Disco eram o The Loft com o DJ David Mancuso, o The Gallery do DJ Nicky Siano, em 1976 surgia um dos mais glamurosos clubs de NYC frequentado por celebridades de todas as áreas, o Studio 54, por onde passaram DJ's como Shep Pettibone, Tony Humphries, John Jellybean Benitez entre outros, e em 1977 o club que viria para marcar história na cena Underground, o Paradise Garage, onde um mix étnico e social era embalado pelos lendários sets de um dos mais revolucionários DJ's de todos os tempos, Larry Levan.
O sucesso do Paradise Garage foi imediato tanto que Larry Levan foi convidado a ir para Chicago para ser o residente de um novo club, mas recusou por não querer sair de NYC. Mesmo assim, indicou seu melhor amigo, o DJ Frankie Knuckles, que levaria o som underground da Big Apple para a Windy City. Underground Disco, Hi Nrg (principalmente músicas de Bob O.) e faixas obscuras vindas da Itália frequentemente estavam em seus sets.
Neste instante a Disco já se tornava popular, vários artistas pop já faziam músicas no estilo Disco, e rádios já tinham a Disco em sua programação normal. Destaque para a Rádio WKTU de NYC, com uma programação voltada totalmente à Disco, 24 horas por dia.
No fim dos anos 70, devido à essa massificação, a Disco Music se esgota, o termo "Disco" se torna um prejorativo e clubs como o Studio 54 fecham suas portas. A imprensa afirma que "Good Times" (seu último super hit) do Chic é considerado "the death of Disco"
No início dos anos 80, a Disco acaba voltando com novos conceitos, misturando-se à outros estilos como Raggae/Dub, Jazz, a New Wave européia e retorna a seu nicho de origem, ou seja, pequenos clubs, selos independentes e programas de rádio específicos. Com isso a originalidade da Club Music volta à tona ramificando-se futuramente em novos estilos como o Electro, o Freestyle e a House Music..
Levan além de DJ começava a trilhar os caminhos da produção musical. Frequentemente ele testava suas músicas na pista do Paradise Garage antes do trabalho ser lançado para ter certeza que tudo estava perfeito. Taana Gardner "When You Touch Me" (lançada em 1979 pela West End Records), NYC Peach Boys "Don't Make Me Wait" (West End Records 1982) e "Life Is Something Special" (Island 1982) são alguns exemplos de faixas que se desenvolveram após serem tocadas à exaustão na pista do Garage.
Tática que dava tão certo que outros DJ's começaram a fazer o mesmo em seus clubs, como por exemplo, John "Jellibean" Benitez no também famoso Funhouse de NYC, que testou entre outros artistas, Madonna e New Order.
Frankie Knuckles, como o amigo Levan, começava à fazer testes no meio de seus sets estimulando os DJ's de Chicago a entregar-lhe tapes de músicas ainda sem deal com gravadoras. Esses DJ's não tinham a preocupação em ver sua música lançada comercialmente, o que os movia era simplesmente a sensação de ouvir suas músicas em festas como algo exclusivo, que só eles ou poucos tinham.
A saída de Knuckles do Warehouse foi a baixa em Chicago em 1985, mas suprida por Ron Hardy e seus sets no club Music Box além de DJ's como Farley Keith e o programa Hot Mix 5 que construíam seus nomes rapidamente detonando sets na Rádio WBMX.
Enquanto isso em Nova York Larry Levan, Timmy Regisford , Boyd Jarvins e Tony Humphries, DJ da Rádio Kiss FM NY desde 1981, à convite de Shep Pettibone e conhecido por suas noites no Club Zanzibar em Newark se destacavam como remixers. Os selos da cena underground em NYC eram SAM, Sleeping Bag, West End, Prelude, Easy Street, Sutra entre outras.
Ainda em NY, outro produtor começava à aparecer, Tommy Musto com seus trabalhos para o selo Underworld/Apexton, trazendo a NYC um som diferente com a mesma referência do som de Chicago, a Hi Nrg e a Black Music, mas mantendo o clima e BPM já tradicional de NYC. Ainda em 85, a WKTU encerra suas transmissões.
A diferença do som de Chicago para o de NYC até então é que as produções de Chicago tinham o BPM um pouco mais acelerado e eram basicamente produzidas com keyboards e Beatboxes, enquanto em NY tinha-se a intenção de manter tanto o BPM como as raízes da underground Disco Music, usando além dos Beatboxes e keyboards, vocais e instrumentos acústicos, o que não acontecia com tanta frequência em Chicago.
Depois da base que Frankie Knuckles deixou em Chicago para a House Music, Ron Hardy foi o responsável para a explosão definitiva do movimento. Com um estilo um pouco mais agressivo do que de Knuckles, que tinha seu estilo baseado na Disco (afinal ele era de NYC), Ron Hardy fez do Music Box o templo da House em Chicago, descobrindo e dando oportunidade a produtores que estavam iniciando suas carreiras como por exemplo Adonis (que lançaria o hit "No Way Back"),Larry Heard (que se juntaria ao vocalista Robert Owens para formar o projeto Fingers Inc.), Marshall Jefferson (que no ano seguinte lançaria a faixa "Move Your Body" e que mais tarde seria batizada como "The House Music Anthem"), Steve Silk Hurley (um dos DJ's do já famoso mix show Hot Mix 5 e que em 1987 lançaria "Jack Your Body" pela DJ Intl.) e outros mais. Daí o surgimento de selos independentes como a DJ International e logo em seguida, a Trax que acabavam absorvendo toda essa cena que estava em ebulição em Chicago.
A DJ International resolveu investir no mercado musical inglês junto a London Records, responsável pela 1ª coletânea da DJ International na Inglaterra. Com isso, o cast da DJ Intl. começou a fazer apresentações na Inglaterra chamadas 86 Chicago Party. Em Setembro de 1986, Farley Keith, agora Farley Jackmaster Funk chega ao posto # 10 na parada inglesa com "Love Can't Turn Around", e em janeiro de 1987 Steve Silk Hurley alcança o topo das paradas com "Jack Your Body".
Os produtores começam a perceber que o vocal se fazia necessário em suas faixas. Daí aparecem verdadeiros clássicos como "You Used To Hold Me" de Ralphi Rosario feat. Xaviera Gold, "I Can't Stay Away" com os vocais do novato Byron Stingily para Ragtyme, que logo depois mudaria o nome para Ten City. E além deles, com uma linha mais deep e melancólica, se destacava o Fingers Inc. de Larry Heard e Robert Owens e Nightwritters com "Let The Music Use You", produzida por Frankie Knuckles e com os vocais de Ricky Dillard e que mais tarde seria um dos hinos da parada inglesa, "Summer Of Love".
Daqui pra frente, a House Music não é mais uma cena em 2 cidades, vira uma febre ao redor do mundo.
Vendo o potencial da House Music na Inglaterra, não tardou para que a House fosse comercializada. MARRS "Pump Up The Volume" estava detonando nas pistas e no rádio, e vindo de Chicago House Master Boys com "House Nation" colocava a House como mainstream na Europa e anunciava uma nova variação dentro da House Music, a Acid House que foi criada e desenvolvida no Music Box de Ron Hardy desde 1986, umas das 1as. faixas Acid foi produzida por DJ Pierre e se chamava "Acid Trax". Mas a Inglaterra que sempre foi o berço da club culture com estilos como Rock Underground e New Wave, não tardaria a entrar em ação. A 1ª faixa de Acid House produzida na Inglaterra e que fez algum "barulho" foi T-Coy "Carino", que tem a participação do DJ do club Hacienda (um dos pioneiros em House Music na Inglaterra) Mike Pickering em 1988.
Nos Estados Unidos a cena continuava em progresso, mas mais no modo Underground. De Detroit, Juan Atkins, que até então tinha seu som baseado no Electro Funk inspirado nos alemães do Kraftwerk começava a mudar sua sonoridade. Junto com ele, dois amigos do colégio, Derick May e Kevin Saunderson iniciavam uma outra ramificação musical, mais densa, muito influenciada pela Electro européia, e pela psicodelia dos baixos do P Funk George Clinton, que foi chamada de Techno.
Acaba a Rádio WBMX de Chicago, e é aí que a cena Acid House se volta quase que totalmente à Inglaterra onde ela se tornou o maior movimento jovem desde o Punk Rock. Clubs como Rip, Love e Future abriam suas portas em Londres e o club Nude inaugurava em Manchester. Como em Chicago, o rádio seria um instrumento importantíssimo para a divulgação da House Music, mas era muito difícil de se ouvir Black Music ou House Music em rádios legalizadas, salvando-se um ou outro mix show. Por isso a alternativa foi partir para as estações de rádio pirata. Várias delas ao redor de Londres e algumas outras espalhadas por outras cidades. Os mix shows de maior destaque eram House That Jack Built de Steve Jackson na ainda pirata Kiss, e o Jacking Zone do DJ Jazzy M na LWR.
1988 foi o ano do surgimento várias ramificações, Acid House, Hip House (House com rap), Techno, Deep House, mas a 1ª de todas as versões da House Music continuava forte. Marshall Jefferson era um dos nomes mais badalados do momento, levando a House Music para outro nível com dois dos maiores clássicos da House até hoje, Ten City (um dos maiores e mais importantes grupos de House, recém contratado pela Atlantic Records de NYC) com "Devotion" e Ce Ce Rogers "Someday", além de remixar vários outros artistas, entre eles, Kym Mazelle na faixa "Useless".
O Ten City abria seus horizontes, após "Devotion" (uma das primeiras faixas de Chicago a realmente estourar no lado leste) eles emplacam "Right Back To You" e logo em seguida, em Janeiro de 1989 eles despontam na parada inglesa com "That's The Way Love Is".
Surge a Rádio Hot 103 NYC (que depois mudaria de dial e se tornaria a Hot 97), "Do It Properly" de 2 Puerto Ricans, A Blackman And A Domenican (um projeto de Clivilles and Cole (C+C Music Factory), Shep Nunez e David Morales) que usava elementos de Adonis "No Way Back" e First Choice "Let No Man Put Asunder", era uma das músicas em sua programação. O som de Chicago começa a influenciar DJ's e produtores novayorkinos que cresceram ao som do Paradise Garage e da Rádio WKTU, como Tommy Musto, Frankie Bones, Lenny Dee, Joey Negro, Victor Simonelli e Kenny Dope formando o cast da gravadora Nu Groove. A cena House se expandia com a aparição de mais selos, como Cutting Records, Warlock, Profile e Quark.
A revelação dentre os produtores no ano de 1988 vinha do Brooklyn, Todd Terry, que anteriormente fazia parte da cena freestyle com seu codenome Masters at Work, entrava e muito bem no circuito House com "Bango", Black Riot "A Day In A Life", e o maior estouro das pistas novayorkinas no ano, Royal House "Can You Party" que logo aparece entre as melhores na parada inglesa. Suas produções eram categorizadas como Latin Freestyle House, sonoridade que vinha sendo desenvolvida pelos latinos residentes em NYC com a mistura da House Music e o Freestyle, o estilo preferido de 8 entre 10 latinos em NYC.
Mas nos clubs de New Jersey e Nova York o que realmente arrebatava o público era uma linha de House com instrumentais mais elaborados e que se mostrava firme nas raízes do R'n'B como por exemplo, Arnold Jarvins "Take Some Time Out", Blaze "Whatcha Gonna Do", Phase II "Reachin'" e Park Ave. "Don't Turn Your Love". O "Garage Sound" começa a surgir um ano depois de seu maior inspirador, o Paradise Garage, encerrar suas atividades.
Na Inglaterra, após o declínio do Acid House, e com a sede de novas sonoridades, os ingleses descobrem o som de New Jersey e seu maior mentor, Tony Humphries. Artistas como, Blaze, Phase II, Turntable Orchestra de Hippie Torrales e Smack com os vocais de Adeva ampliavam sua vitrine. Após assinar com a gravadora Cooltempo (UK), "In and Out Of My Life" e "Respect" (um cover da música de Aretha Franklyn) colocava Adeva por dois meses nas paradas inglesas. E não parou por aí, ainda tinha Chanelle com "One Man" e "Musical Freedom" junto com Paul Simpson que repetiu o feito logo em seguida.
NYC além do Jersey sound, via a continuação da explosão Todd Terry e dos sample tracks de Frankie Bones, Tommy Musto e Lenny Dee pela 4th Floor Records, Breakin' Bones e Nu Groove Records (que rapidamente atingiu o status de selo mais importantes para o conceito da House Music). A Nu Groove nunca teve grandes hits nas paradas, mas verdadeiros "club anthems" como Bass Noir "My Love Is Magic" e Aphordisiacs "Your Love", e só em 1989 surgiria uma gravadora para competir em igualdade de forças, a Strictly Rhythm. Mesmo ano em que Frankie Knuckles e Robert Owens se juntam e lançam "Tears" com o japonês Satoshi Tomiie nos teclados, mais um grande club anthem na história da House.
Em 1990, Clivilles and Cole despontavam com Sandee "Notice Me" e mais para o mainstream com o remix para "Pink Cadillac" de Natalie Cole. Outro que também começava a aparecer como remixer era David Morales. O club Zanzibar fecha e após 8 anos chega ao fim as lendárias noites de Tony Humphries em Newark.
Enquanto isso, Kenny Dope Gonzalez e Little Louie Vega eram apresentados pelo amigo em comum, Todd Terry, que lhes deu o nome de Masters At Work. O 1º trabalho da dupla foi "One Step Ahead" de Debbie Gibson, e que Frankie Knuckles (agora em NYC), fez desta faixa um hit underground por tocá-la inúmeras vezes no Sound Factory Club. A 1ª produção dos Masters At Work veio logo em seguida num EP lançado pela Cutting Records com as faixas "Blood Vibes" e "The Ha Dance" outro estouro nas pistas. Isto era apenas o início para uma série de trabalhos feitos por essa dupla que revolucionaria a House Music nos anos 90, que se mostrou uma década de fusões da House com vários estilos, Jazz, Funk, Gospel, Soul, R'n'B, Latin, Bossa Nova, Funk Brasileiro (Azymuth/Black Rio), Samba, Raggae e Afro.
Ainda no início dos anos 90, a Strictly Rhythm se transforma no maior selo independente da história da Dance Music com um cast de dar inveja: Little Louie Vega, Masters At Work, Roger S., Ultra Naté (que já havia lançado um albúm via WEA com a produção dos Basement Boys), Frankie Feliciano, Roy Davis Jr., Mood II Swing, DJ Pierre, Eric Morillo, Kerri Chandler, Jazz-n-Groove, David Morales, India, Barbara Tucker, Lil Louis, Todd Terry, Moné, Carolyn Harding, Danny Tenaglia, entre outros, e que coleciona vários sucessos durante a década de 90 de Underground Solution "Luv Dancin" e Simone "My Family Depends On Me", passando por Barbara Tucker "Beautiful People", CLS "Can You Feel It", Reel II Real "Go On Move" e India "Love and Happiness" até chegar a Lil Louis "Freedom", Ultra Naté "Free" (seu recorde de vendas) e Powerhouse "What You Need".
Vários outros selos aparecem, Big Beat, Street Style, Shelter, Freeze, Suburban (de Tommy Musto), Maxy, King Street Sounds, Nitegrooves, Nervous, Eightball, Tribal, Madhouse, Vibe, Music USA, Azuli (da loja inglesa Black Market), Slip n' Slide, Sound Of Ministry (do club londrino Ministry Of Sound), Freetown, Junior Boys Own, Hard Times (do club Hard Times de Huddersfield, UK), Henry Street, Large, Soulfuric (do Jazz-n-Groove), MAW (dos Masters At Work), Wave (de François Kevorkian), Basement Boys (dos próprios Basement Boys), Yellorange (de Tony Humphries), Sphere, Next Moov, Guidance, Naked Music, Ibadan, Spiritual Life, Hysteria, Glasgow Underground, Subliminal (de Eric Morillo),Irma (Itália), Peppermint Jam (Alemanha), Yellow (França), além de remixes em gravadoras como Atlantic, EMI, MCA, East West, Giant Step, Sony, Columbia, Arista, Virgin, entre outras.
Em Londres, a Kiss FM já era uma rádio legalizada (com licença para tocar somente Dance Music) desde o início de 90, e tinha a participação de DJ's como Paul "Trouble" Anderson e seu "Trouble's Original Mix Show" que ia ao ar todos os sábados e Bobby e Steve, com o seu "Zoo Experience" que ia ao ar às 6as. feiras.
Trouble tinha sua residência no club Loft, Bobby, Steve, Chrissy T. e Ruppert faziam as festas do Garage City no club Barrumba.
Em 1991, é inaugurado em Londres o club Ministry Of Sound, que viria para reformular o conceito de club.
Em sua inauguração o DJ era Larry Levan comandando o mesmo PA do Paradise Garage. Os donos do MoS eram fãns do Garage, por isso montaram o club com o mesmo engenheiro de som do club novayorkino. Esta foi a única apresentação de Levan na Inglaterra, que morreria no ano seguinte aos 38 anos de idade.
Além da Kiss, outras rádios como a Radio One da rede BBC, a Choice FM e a Girls tinham House Music em suas programações.
Em NYC a cena teve altos e baixos. Em 1992 a morte de Larry Levan abala a todos. Seus grandes sucessos são reeditados e voltam às paradas. Tony Humphries assume as noites do club Ministry Of Sound como residente em 1993.
Em 95 os clubs Sound Factory (do residente Junior Vasquez) e o Sound Factory Bar (onde Louie Vega comandava as lendárias noites do Underground Network) são fechados, a House Music vive momentos de turbulência em NYC. A imprensa já decretava o fim da House Music, mas mostrando-se sempre renovante, a House Music retorna e com força total, uma das peças importantes para essa retomada é o club Vinyl, no Soho que acredita no poder da House e coloca em sua programação aos Sábados o Shelter, comandado pelo DJ Timmy Regisford, e aos Domingos a Body and Soul com os DJ's Danny Krivit, Joe Claussell e nada mais nada menos que François Kevorkian, reponsável por grandes hits da Disco Music pelo selo Prelude como "Keep On Jumpin'" e "In The Bush" do grupo Musique e "Beat The Street" de Sharon Redd, que voltava aos toca-discos depois de longos anos de ausência.
Já em 1999, quem volta a ter sua residência na noite de NYC é Little Louie Vega, com o Dance Ritual, às Quartas-Feiras também no club Vinyl. O Sound Factory Bar, volta com um novo nome, Cheetah, que teve, entre outros Nicky Siano, Frankie Feliciano, Kerri Chandler comandando os toca-discos. Além do Dance Ritual, Shelter e Body and Soul, Love Committee, Deep See, Underground Collective, Love Lounge, 2I's, Relés e GBH são algumas alternativas para se ouvir House Music nos dias de hoje.
Na Inglaterra, poucas são as rádios com programas de House Music, a Kiss FM se mantém entre elas com o Zoo Experience, a Radio One tem aos Sábados o DJ Danny Rampling. Falando de clubs, a Ministry Of Sound continua a todo vapor, um pouco mais comercial, mas ainda mantém alguns eventos para os Househeads, o Garage City completou dez anos de existência no mesmo Bar Rumba, entre as opções destacam-se o The Fabric, que teve seu último New Years Eve Party ao comando de Tony Humphries e o Notting Hill Arts Club que serve de residência para Patrick Forge, Phill Asher, entre outros.
Com a consolidação da House Music em vários países do mundo, DJ's como Tony Humphries, Little Louie Vega, David Morales, Frankie Knuckles, Steve Silk Hurley, Roy Davis Jr., Spen & Teddy Douglas (Basement Boys), Kerri Chandler, DJ Pierre, Eric Morillo e Paul "Trouble" Anderson, são sempre requisitados para apresentações em vários clubs nos 4 cantos do mundo tornando-se verdadeiros porta-vozes da House Music.
"Não é só boom, boom, boom. Elas me dizem algo. Algo que posso dançar e aprender. Eu posso ver a House Music se tornando universal um dia. Só irá levar um pouco de tempo para que as pessoas a recebam."
Robert Owens no documentario Club Culture UK TV
Bem, como falei, o texto é longo, mas ele simplesmente querendo ou não, pode não ter feito uma bíblia, mas poderíamos chamar de um "testamento" para aqueles que querem saber mais sobre a House Music, que muita das vezes é passada de uma forma distorcida, nos tempos atuais...
Espero que tenham curtido, e que aproveitem esse texto maravilhoso!
Grande Abraço, Dj Rodrigo 2u
Anderson Soares iniciou sua paixão desde cedo, quando entrou em contato com a House no fim dos anos 80. Começou no âmbito de sua vizinhança, nos subúrbios paulistanos da Casa Verde, tocando em pequenas festas locais, aperfeiçoando seu estilo e técnica. Numa progressão natural na vida de um apaixonado por música, aprimorou seus conhecimentos ao trabalhar em uma loja de discos, onde poderia ter mais contato com seus objetos de desejo e, consequentemente, expandir sua rede de contatos entre aqueles que em breve se tornariam seus colegas de profissão. O que, alguns meses mais tarde, granjeou-lhe a experiência necessária para assumir um posto no setor internacional da East West Records.
Uma dos remixes do Anderson Soares, Sensacional, com vocais de Patricia Marx!
Seu pioneirismo e devoção à House Music renderam-lhe muitas outras festas e, assim, muitas cabines de club, incluindo lugares célebres como Dolores, Florestta, Lov.e ou Colors, e algumas estações de radio depois, sua carreira e sua identidade artística se consolidaram, estabelecendo-o como um dos mais respeitados e originais expoentes do gênero. Algo que se reflete na sua longeva residência na principal radio dedicada à Dance Music em São Paulo, a Energia 97 FM, como o principal representante e propagador da Soulful House nas ondas de rádio paulistanas.
A próxima etapa em uma intensa paixão como essa naturalmente o levou para o estúdio.
Esta era a oportunidade que se abria para Anderson dar plena vazão à sua criatividade e talento ao tornar-se produtor. Mas ao fazer uso de uma rica herança musical, também pautada por diversas influências que marcaram sua carreira e que vão do Funk à música latina, passando pela Disco, pelo Soul e Afro, ele se tornou algo mais: um produtor Brasileiro de House Music. E este é um dos segredos de sua originalidade.
As conseqüências logo se fizeram presentes e Anderson estava oficialmente no mapa da House Music global. Convites para se apresentar em lugares como o Club Red em Washington e o Notting Hill Arts Club em Londres se seguiram e um novo capítulo em sua carreira se consolidava. A partir deste momento contando com a atenção e a preferência de uma cena mais ampla, não tardou para ser levado a diversos países, ávidos por conhecerem sua sonoridade única e especial.
Na minha opinião, o remix de "Bom dia Anjo" a melhor sacada do Anderson Soares, e para mim, e está entre as melhores musicas de toda minha vida!
Desse modo, seja como um DJ agora internacionalmente renomado ou como um produtor que começava a estabelecer-se no cenário da House Music global, Anderson começava a delinear sua proposta musical de forma mais definida, suprindo uma já crescente demanda por remixes para artistas brasileiros. Em trabalhos para nomes consagrados do cenário local como Ed Motta, Paula Lima, Patrícia Marx e Max de Castro vemos seu projeto musical amadurecer cada vez mais.
Seu debut no mercado fonográfico nacional deu-se através da compilação House Essentials, na qual ofereceu ao grande público brasileiro, até então não muito familiarizado com o estilo, uma bela aula a respeito tanto do básico quanto do mais sublime da House Music. Algo que, à primeira vista, não era nada mais que a proposta que se delineava no título, mas também era um tarefa que compreendia o domínio que somente um DJ experiente poderia possuir e exibir.
Porém, este processo não seria completo sem uma coroação, algo que se materializou com o já antecipado álbum “Muito Soul”, uma diversificada e eclética coleção de faixas em que Anderson procura expressar musicalmente todos os elementos que o fizeram o artista que é hoje. Resultado de uma experiência de estúdio mais sólida e de uma já firme parceria com a gravadora Trama, o maior selo independente do mercado musical latino-americano.
Após seu lançamento, seguiu-se uma calorosa recepção internacional, que culminou no lançamento de “Muito Soul EP” incluindo 3 faixas retiradas do álbum pelo lendário selo West End, um dos poucos selos da história da Disco e da House Music que logrou também se renovar como um dos líderes da renovação do gênero na atualidade. A isto também se seguiram apresentações em clubs como Cielo, por ocasião do lançamento do EP na festa Roots, e logo em seguida no Ministry Of Sound, como convidado da festa Soul Heaven, numa sequência de visitas a templos dedicados à House onde grandes nomes como Louie Vega (Masters at Work) e Kevin Hedge (Blaze) são residentes.
Solaris, faixa do Dj Anderson Soares, que nos presenteou com o Album "Muito Soul" Pela Trama
E assim chegamos à atualidade de sua carreira, como o melhor DJ de House de 2005, segundo prêmiação concedida pela revista DJ Sound e em 2o. lugar na lista Top 100 Djs Brazil, comprovação cabal do reconhecimento público de tudo que acabamos de ver. Percorrendo, assim, um trajeto singular que engloba quinze anos de dedicação à sua arte em apenas trinta e um de vida, deixando mais que claras duas coisas essenciais: tudo que vimos (e principalmente, ouvimos) até aqui nada mais são que os frutos de uma total devoção à música e que o melhor ainda está por vir.
Vamos agora ao texto!!!
O texto fala sobre a História da House Music, escrito pelo Anderson Soaares em 1999, onde ele postou novamente no fórum do conhecido site nacional sobre musica eletrônica, o Rraurl em 2004. O texto é longo, e percebo que dinamismo, é a parada no mundo dos blogs. Mas esse que vou postar, é uma verdadeira aula sobre o que seria a Verdadeira House Music. Não deixem de ler, pois é uma leitura importante para que as pessoas entendam o que seria verdadeiramente House Music. Mais uma vez, vou repetir na íntegra o texto do Dj, que é sensacional.
Texto extraido do forum do rraurl em 09 de Abril de 2004:
Muita gente vem pedindo pra que eu disponibilizasse esse texto na net.
Muita gente ja leu e queria ler de novo, outros nao leram ele na integra... Como o Madorl pediu algo parecido ao texto do Phil Cheeseman, no topico The House Music History, resolvi postar ele aqui.
Antes que vcs. comecem a ler, quero dizer que, escrevi essa parada sem nenhuma pretencao dela virar a biblia da historia da house. Portanto, alguma coisa pode estar faltando ou vc. descordar de algo. Afinal, essa e somente a minha interpretacao...
Ah, ele foi escrito em 1999.
(Imaginem esse texto de introducao aparecendo na tela como se fosse a introducao do Star Wars!! )
Boa leitura! Soares
A House propriamente dita surgiu no meio da década de 80, nos Estados Unidos, mas para falar do início da House Music temos que voltar até a década de 70 quando a Disco Music imperava nos clubs e os DJ's começavam a aparecer não só como estrelas em seus clubs mas também como produtores.
A Disco foi criada no início dos anos 70 por gravadoras independentes numa fusão entre a música negra (o R'n'B, o Soul e o Funk), a latina (Salsa), o Hustle, o Boogie, mais a harmonia das grandes orquestras. Devido ao seu groove irresistível, logo este estilo invadiu os clubs nos USA. À partir daí, a Disco se torna um fenômeno mundial tendo como principais focos a França, a Alemanha, e o Canadá (com uma tendência mais eletrônica com uso de sintetizadores).
É aí que o DJ começa a ser peça importante no desenvolvimento da própria Disco e do que depois viria a ser a House Music.
Em 1975, a recém criada Salsoul Records lança a música Ten Percent do grupo Double Exposure que viria a ter a 1ª versão extended lançada comercialmente e que foi produzida pelo DJ Walter Gibbons. Com a criação desta extended version foi criada uma nova mídia, o single 12" polegadas, pois até então as músicas tinham de 3 à 4 minutos de duração e ainda eram lançadas em discos compacto apesar de já existirem alguns poucos 12" polegadas lançados promocionalmente.
Os principais clubs deste momento da Disco eram o The Loft com o DJ David Mancuso, o The Gallery do DJ Nicky Siano, em 1976 surgia um dos mais glamurosos clubs de NYC frequentado por celebridades de todas as áreas, o Studio 54, por onde passaram DJ's como Shep Pettibone, Tony Humphries, John Jellybean Benitez entre outros, e em 1977 o club que viria para marcar história na cena Underground, o Paradise Garage, onde um mix étnico e social era embalado pelos lendários sets de um dos mais revolucionários DJ's de todos os tempos, Larry Levan.
O sucesso do Paradise Garage foi imediato tanto que Larry Levan foi convidado a ir para Chicago para ser o residente de um novo club, mas recusou por não querer sair de NYC. Mesmo assim, indicou seu melhor amigo, o DJ Frankie Knuckles, que levaria o som underground da Big Apple para a Windy City. Underground Disco, Hi Nrg (principalmente músicas de Bob O.) e faixas obscuras vindas da Itália frequentemente estavam em seus sets.
Neste instante a Disco já se tornava popular, vários artistas pop já faziam músicas no estilo Disco, e rádios já tinham a Disco em sua programação normal. Destaque para a Rádio WKTU de NYC, com uma programação voltada totalmente à Disco, 24 horas por dia.
No fim dos anos 70, devido à essa massificação, a Disco Music se esgota, o termo "Disco" se torna um prejorativo e clubs como o Studio 54 fecham suas portas. A imprensa afirma que "Good Times" (seu último super hit) do Chic é considerado "the death of Disco"
No início dos anos 80, a Disco acaba voltando com novos conceitos, misturando-se à outros estilos como Raggae/Dub, Jazz, a New Wave européia e retorna a seu nicho de origem, ou seja, pequenos clubs, selos independentes e programas de rádio específicos. Com isso a originalidade da Club Music volta à tona ramificando-se futuramente em novos estilos como o Electro, o Freestyle e a House Music..
Levan além de DJ começava a trilhar os caminhos da produção musical. Frequentemente ele testava suas músicas na pista do Paradise Garage antes do trabalho ser lançado para ter certeza que tudo estava perfeito. Taana Gardner "When You Touch Me" (lançada em 1979 pela West End Records), NYC Peach Boys "Don't Make Me Wait" (West End Records 1982) e "Life Is Something Special" (Island 1982) são alguns exemplos de faixas que se desenvolveram após serem tocadas à exaustão na pista do Garage.
Tática que dava tão certo que outros DJ's começaram a fazer o mesmo em seus clubs, como por exemplo, John "Jellibean" Benitez no também famoso Funhouse de NYC, que testou entre outros artistas, Madonna e New Order.
Frankie Knuckles, como o amigo Levan, começava à fazer testes no meio de seus sets estimulando os DJ's de Chicago a entregar-lhe tapes de músicas ainda sem deal com gravadoras. Esses DJ's não tinham a preocupação em ver sua música lançada comercialmente, o que os movia era simplesmente a sensação de ouvir suas músicas em festas como algo exclusivo, que só eles ou poucos tinham.
A saída de Knuckles do Warehouse foi a baixa em Chicago em 1985, mas suprida por Ron Hardy e seus sets no club Music Box além de DJ's como Farley Keith e o programa Hot Mix 5 que construíam seus nomes rapidamente detonando sets na Rádio WBMX.
Enquanto isso em Nova York Larry Levan, Timmy Regisford , Boyd Jarvins e Tony Humphries, DJ da Rádio Kiss FM NY desde 1981, à convite de Shep Pettibone e conhecido por suas noites no Club Zanzibar em Newark se destacavam como remixers. Os selos da cena underground em NYC eram SAM, Sleeping Bag, West End, Prelude, Easy Street, Sutra entre outras.
Ainda em NY, outro produtor começava à aparecer, Tommy Musto com seus trabalhos para o selo Underworld/Apexton, trazendo a NYC um som diferente com a mesma referência do som de Chicago, a Hi Nrg e a Black Music, mas mantendo o clima e BPM já tradicional de NYC. Ainda em 85, a WKTU encerra suas transmissões.
A diferença do som de Chicago para o de NYC até então é que as produções de Chicago tinham o BPM um pouco mais acelerado e eram basicamente produzidas com keyboards e Beatboxes, enquanto em NY tinha-se a intenção de manter tanto o BPM como as raízes da underground Disco Music, usando além dos Beatboxes e keyboards, vocais e instrumentos acústicos, o que não acontecia com tanta frequência em Chicago.
Depois da base que Frankie Knuckles deixou em Chicago para a House Music, Ron Hardy foi o responsável para a explosão definitiva do movimento. Com um estilo um pouco mais agressivo do que de Knuckles, que tinha seu estilo baseado na Disco (afinal ele era de NYC), Ron Hardy fez do Music Box o templo da House em Chicago, descobrindo e dando oportunidade a produtores que estavam iniciando suas carreiras como por exemplo Adonis (que lançaria o hit "No Way Back"),Larry Heard (que se juntaria ao vocalista Robert Owens para formar o projeto Fingers Inc.), Marshall Jefferson (que no ano seguinte lançaria a faixa "Move Your Body" e que mais tarde seria batizada como "The House Music Anthem"), Steve Silk Hurley (um dos DJ's do já famoso mix show Hot Mix 5 e que em 1987 lançaria "Jack Your Body" pela DJ Intl.) e outros mais. Daí o surgimento de selos independentes como a DJ International e logo em seguida, a Trax que acabavam absorvendo toda essa cena que estava em ebulição em Chicago.
A DJ International resolveu investir no mercado musical inglês junto a London Records, responsável pela 1ª coletânea da DJ International na Inglaterra. Com isso, o cast da DJ Intl. começou a fazer apresentações na Inglaterra chamadas 86 Chicago Party. Em Setembro de 1986, Farley Keith, agora Farley Jackmaster Funk chega ao posto # 10 na parada inglesa com "Love Can't Turn Around", e em janeiro de 1987 Steve Silk Hurley alcança o topo das paradas com "Jack Your Body".
Os produtores começam a perceber que o vocal se fazia necessário em suas faixas. Daí aparecem verdadeiros clássicos como "You Used To Hold Me" de Ralphi Rosario feat. Xaviera Gold, "I Can't Stay Away" com os vocais do novato Byron Stingily para Ragtyme, que logo depois mudaria o nome para Ten City. E além deles, com uma linha mais deep e melancólica, se destacava o Fingers Inc. de Larry Heard e Robert Owens e Nightwritters com "Let The Music Use You", produzida por Frankie Knuckles e com os vocais de Ricky Dillard e que mais tarde seria um dos hinos da parada inglesa, "Summer Of Love".
Daqui pra frente, a House Music não é mais uma cena em 2 cidades, vira uma febre ao redor do mundo.
Vendo o potencial da House Music na Inglaterra, não tardou para que a House fosse comercializada. MARRS "Pump Up The Volume" estava detonando nas pistas e no rádio, e vindo de Chicago House Master Boys com "House Nation" colocava a House como mainstream na Europa e anunciava uma nova variação dentro da House Music, a Acid House que foi criada e desenvolvida no Music Box de Ron Hardy desde 1986, umas das 1as. faixas Acid foi produzida por DJ Pierre e se chamava "Acid Trax". Mas a Inglaterra que sempre foi o berço da club culture com estilos como Rock Underground e New Wave, não tardaria a entrar em ação. A 1ª faixa de Acid House produzida na Inglaterra e que fez algum "barulho" foi T-Coy "Carino", que tem a participação do DJ do club Hacienda (um dos pioneiros em House Music na Inglaterra) Mike Pickering em 1988.
Nos Estados Unidos a cena continuava em progresso, mas mais no modo Underground. De Detroit, Juan Atkins, que até então tinha seu som baseado no Electro Funk inspirado nos alemães do Kraftwerk começava a mudar sua sonoridade. Junto com ele, dois amigos do colégio, Derick May e Kevin Saunderson iniciavam uma outra ramificação musical, mais densa, muito influenciada pela Electro européia, e pela psicodelia dos baixos do P Funk George Clinton, que foi chamada de Techno.
Acaba a Rádio WBMX de Chicago, e é aí que a cena Acid House se volta quase que totalmente à Inglaterra onde ela se tornou o maior movimento jovem desde o Punk Rock. Clubs como Rip, Love e Future abriam suas portas em Londres e o club Nude inaugurava em Manchester. Como em Chicago, o rádio seria um instrumento importantíssimo para a divulgação da House Music, mas era muito difícil de se ouvir Black Music ou House Music em rádios legalizadas, salvando-se um ou outro mix show. Por isso a alternativa foi partir para as estações de rádio pirata. Várias delas ao redor de Londres e algumas outras espalhadas por outras cidades. Os mix shows de maior destaque eram House That Jack Built de Steve Jackson na ainda pirata Kiss, e o Jacking Zone do DJ Jazzy M na LWR.
1988 foi o ano do surgimento várias ramificações, Acid House, Hip House (House com rap), Techno, Deep House, mas a 1ª de todas as versões da House Music continuava forte. Marshall Jefferson era um dos nomes mais badalados do momento, levando a House Music para outro nível com dois dos maiores clássicos da House até hoje, Ten City (um dos maiores e mais importantes grupos de House, recém contratado pela Atlantic Records de NYC) com "Devotion" e Ce Ce Rogers "Someday", além de remixar vários outros artistas, entre eles, Kym Mazelle na faixa "Useless".
O Ten City abria seus horizontes, após "Devotion" (uma das primeiras faixas de Chicago a realmente estourar no lado leste) eles emplacam "Right Back To You" e logo em seguida, em Janeiro de 1989 eles despontam na parada inglesa com "That's The Way Love Is".
Surge a Rádio Hot 103 NYC (que depois mudaria de dial e se tornaria a Hot 97), "Do It Properly" de 2 Puerto Ricans, A Blackman And A Domenican (um projeto de Clivilles and Cole (C+C Music Factory), Shep Nunez e David Morales) que usava elementos de Adonis "No Way Back" e First Choice "Let No Man Put Asunder", era uma das músicas em sua programação. O som de Chicago começa a influenciar DJ's e produtores novayorkinos que cresceram ao som do Paradise Garage e da Rádio WKTU, como Tommy Musto, Frankie Bones, Lenny Dee, Joey Negro, Victor Simonelli e Kenny Dope formando o cast da gravadora Nu Groove. A cena House se expandia com a aparição de mais selos, como Cutting Records, Warlock, Profile e Quark.
A revelação dentre os produtores no ano de 1988 vinha do Brooklyn, Todd Terry, que anteriormente fazia parte da cena freestyle com seu codenome Masters at Work, entrava e muito bem no circuito House com "Bango", Black Riot "A Day In A Life", e o maior estouro das pistas novayorkinas no ano, Royal House "Can You Party" que logo aparece entre as melhores na parada inglesa. Suas produções eram categorizadas como Latin Freestyle House, sonoridade que vinha sendo desenvolvida pelos latinos residentes em NYC com a mistura da House Music e o Freestyle, o estilo preferido de 8 entre 10 latinos em NYC.
Mas nos clubs de New Jersey e Nova York o que realmente arrebatava o público era uma linha de House com instrumentais mais elaborados e que se mostrava firme nas raízes do R'n'B como por exemplo, Arnold Jarvins "Take Some Time Out", Blaze "Whatcha Gonna Do", Phase II "Reachin'" e Park Ave. "Don't Turn Your Love". O "Garage Sound" começa a surgir um ano depois de seu maior inspirador, o Paradise Garage, encerrar suas atividades.
Na Inglaterra, após o declínio do Acid House, e com a sede de novas sonoridades, os ingleses descobrem o som de New Jersey e seu maior mentor, Tony Humphries. Artistas como, Blaze, Phase II, Turntable Orchestra de Hippie Torrales e Smack com os vocais de Adeva ampliavam sua vitrine. Após assinar com a gravadora Cooltempo (UK), "In and Out Of My Life" e "Respect" (um cover da música de Aretha Franklyn) colocava Adeva por dois meses nas paradas inglesas. E não parou por aí, ainda tinha Chanelle com "One Man" e "Musical Freedom" junto com Paul Simpson que repetiu o feito logo em seguida.
NYC além do Jersey sound, via a continuação da explosão Todd Terry e dos sample tracks de Frankie Bones, Tommy Musto e Lenny Dee pela 4th Floor Records, Breakin' Bones e Nu Groove Records (que rapidamente atingiu o status de selo mais importantes para o conceito da House Music). A Nu Groove nunca teve grandes hits nas paradas, mas verdadeiros "club anthems" como Bass Noir "My Love Is Magic" e Aphordisiacs "Your Love", e só em 1989 surgiria uma gravadora para competir em igualdade de forças, a Strictly Rhythm. Mesmo ano em que Frankie Knuckles e Robert Owens se juntam e lançam "Tears" com o japonês Satoshi Tomiie nos teclados, mais um grande club anthem na história da House.
Em 1990, Clivilles and Cole despontavam com Sandee "Notice Me" e mais para o mainstream com o remix para "Pink Cadillac" de Natalie Cole. Outro que também começava a aparecer como remixer era David Morales. O club Zanzibar fecha e após 8 anos chega ao fim as lendárias noites de Tony Humphries em Newark.
Enquanto isso, Kenny Dope Gonzalez e Little Louie Vega eram apresentados pelo amigo em comum, Todd Terry, que lhes deu o nome de Masters At Work. O 1º trabalho da dupla foi "One Step Ahead" de Debbie Gibson, e que Frankie Knuckles (agora em NYC), fez desta faixa um hit underground por tocá-la inúmeras vezes no Sound Factory Club. A 1ª produção dos Masters At Work veio logo em seguida num EP lançado pela Cutting Records com as faixas "Blood Vibes" e "The Ha Dance" outro estouro nas pistas. Isto era apenas o início para uma série de trabalhos feitos por essa dupla que revolucionaria a House Music nos anos 90, que se mostrou uma década de fusões da House com vários estilos, Jazz, Funk, Gospel, Soul, R'n'B, Latin, Bossa Nova, Funk Brasileiro (Azymuth/Black Rio), Samba, Raggae e Afro.
Ainda no início dos anos 90, a Strictly Rhythm se transforma no maior selo independente da história da Dance Music com um cast de dar inveja: Little Louie Vega, Masters At Work, Roger S., Ultra Naté (que já havia lançado um albúm via WEA com a produção dos Basement Boys), Frankie Feliciano, Roy Davis Jr., Mood II Swing, DJ Pierre, Eric Morillo, Kerri Chandler, Jazz-n-Groove, David Morales, India, Barbara Tucker, Lil Louis, Todd Terry, Moné, Carolyn Harding, Danny Tenaglia, entre outros, e que coleciona vários sucessos durante a década de 90 de Underground Solution "Luv Dancin" e Simone "My Family Depends On Me", passando por Barbara Tucker "Beautiful People", CLS "Can You Feel It", Reel II Real "Go On Move" e India "Love and Happiness" até chegar a Lil Louis "Freedom", Ultra Naté "Free" (seu recorde de vendas) e Powerhouse "What You Need".
Vários outros selos aparecem, Big Beat, Street Style, Shelter, Freeze, Suburban (de Tommy Musto), Maxy, King Street Sounds, Nitegrooves, Nervous, Eightball, Tribal, Madhouse, Vibe, Music USA, Azuli (da loja inglesa Black Market), Slip n' Slide, Sound Of Ministry (do club londrino Ministry Of Sound), Freetown, Junior Boys Own, Hard Times (do club Hard Times de Huddersfield, UK), Henry Street, Large, Soulfuric (do Jazz-n-Groove), MAW (dos Masters At Work), Wave (de François Kevorkian), Basement Boys (dos próprios Basement Boys), Yellorange (de Tony Humphries), Sphere, Next Moov, Guidance, Naked Music, Ibadan, Spiritual Life, Hysteria, Glasgow Underground, Subliminal (de Eric Morillo),Irma (Itália), Peppermint Jam (Alemanha), Yellow (França), além de remixes em gravadoras como Atlantic, EMI, MCA, East West, Giant Step, Sony, Columbia, Arista, Virgin, entre outras.
Em Londres, a Kiss FM já era uma rádio legalizada (com licença para tocar somente Dance Music) desde o início de 90, e tinha a participação de DJ's como Paul "Trouble" Anderson e seu "Trouble's Original Mix Show" que ia ao ar todos os sábados e Bobby e Steve, com o seu "Zoo Experience" que ia ao ar às 6as. feiras.
Trouble tinha sua residência no club Loft, Bobby, Steve, Chrissy T. e Ruppert faziam as festas do Garage City no club Barrumba.
Em 1991, é inaugurado em Londres o club Ministry Of Sound, que viria para reformular o conceito de club.
Em sua inauguração o DJ era Larry Levan comandando o mesmo PA do Paradise Garage. Os donos do MoS eram fãns do Garage, por isso montaram o club com o mesmo engenheiro de som do club novayorkino. Esta foi a única apresentação de Levan na Inglaterra, que morreria no ano seguinte aos 38 anos de idade.
Além da Kiss, outras rádios como a Radio One da rede BBC, a Choice FM e a Girls tinham House Music em suas programações.
Em NYC a cena teve altos e baixos. Em 1992 a morte de Larry Levan abala a todos. Seus grandes sucessos são reeditados e voltam às paradas. Tony Humphries assume as noites do club Ministry Of Sound como residente em 1993.
Em 95 os clubs Sound Factory (do residente Junior Vasquez) e o Sound Factory Bar (onde Louie Vega comandava as lendárias noites do Underground Network) são fechados, a House Music vive momentos de turbulência em NYC. A imprensa já decretava o fim da House Music, mas mostrando-se sempre renovante, a House Music retorna e com força total, uma das peças importantes para essa retomada é o club Vinyl, no Soho que acredita no poder da House e coloca em sua programação aos Sábados o Shelter, comandado pelo DJ Timmy Regisford, e aos Domingos a Body and Soul com os DJ's Danny Krivit, Joe Claussell e nada mais nada menos que François Kevorkian, reponsável por grandes hits da Disco Music pelo selo Prelude como "Keep On Jumpin'" e "In The Bush" do grupo Musique e "Beat The Street" de Sharon Redd, que voltava aos toca-discos depois de longos anos de ausência.
Já em 1999, quem volta a ter sua residência na noite de NYC é Little Louie Vega, com o Dance Ritual, às Quartas-Feiras também no club Vinyl. O Sound Factory Bar, volta com um novo nome, Cheetah, que teve, entre outros Nicky Siano, Frankie Feliciano, Kerri Chandler comandando os toca-discos. Além do Dance Ritual, Shelter e Body and Soul, Love Committee, Deep See, Underground Collective, Love Lounge, 2I's, Relés e GBH são algumas alternativas para se ouvir House Music nos dias de hoje.
Na Inglaterra, poucas são as rádios com programas de House Music, a Kiss FM se mantém entre elas com o Zoo Experience, a Radio One tem aos Sábados o DJ Danny Rampling. Falando de clubs, a Ministry Of Sound continua a todo vapor, um pouco mais comercial, mas ainda mantém alguns eventos para os Househeads, o Garage City completou dez anos de existência no mesmo Bar Rumba, entre as opções destacam-se o The Fabric, que teve seu último New Years Eve Party ao comando de Tony Humphries e o Notting Hill Arts Club que serve de residência para Patrick Forge, Phill Asher, entre outros.
Com a consolidação da House Music em vários países do mundo, DJ's como Tony Humphries, Little Louie Vega, David Morales, Frankie Knuckles, Steve Silk Hurley, Roy Davis Jr., Spen & Teddy Douglas (Basement Boys), Kerri Chandler, DJ Pierre, Eric Morillo e Paul "Trouble" Anderson, são sempre requisitados para apresentações em vários clubs nos 4 cantos do mundo tornando-se verdadeiros porta-vozes da House Music.
"Não é só boom, boom, boom. Elas me dizem algo. Algo que posso dançar e aprender. Eu posso ver a House Music se tornando universal um dia. Só irá levar um pouco de tempo para que as pessoas a recebam."
Robert Owens no documentario Club Culture UK TV
Bem, como falei, o texto é longo, mas ele simplesmente querendo ou não, pode não ter feito uma bíblia, mas poderíamos chamar de um "testamento" para aqueles que querem saber mais sobre a House Music, que muita das vezes é passada de uma forma distorcida, nos tempos atuais...
Espero que tenham curtido, e que aproveitem esse texto maravilhoso!
Grande Abraço, Dj Rodrigo 2u
sou fa de carteirinha de house music nao tenho palavras para descrever como esse estilo musical me faz tao bem,houvia o programa hot trax em q o dj batatina tocava Gena Bess - I hard in Searchin q na minha opiniao e a musica q + gosto....saudades daquela epoca DJ MARCELO LUBRANO
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